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quarta-feira, 7 de outubro de 2015



Combinado. A gente apaga tudo. Finge que nada aconteceu. A gente se desconhece. Eu esqueço todas as pintinhas que tem no rosto, esqueço sua mania de querer controlar tudo e o seu modo de seguir sem direção. Você esquece as minhas covinhas, a mania que tenho de sorrir quando fico nervosa e o medo que sinto do escuro. A gente passa a borracha em cada beijo que foi dado, cada abraço de urso e em cada pedido que fizemos juntos para estrela cadente. É. A gente muda a história, troca o enredo, coloca o ponto final antes do Era uma vez... Não sei. Mas duvido que isso baste para a gente se esquecer.

[Marcely Pieroni Gastaldi]

segunda-feira, 5 de outubro de 2015



Há os que fazem questão de ir, sem um aceno sequer...
Desmontam-nos por completo, nos despovoam, nos remetem ao acaso.
Há os que fazem questão de ficar, sem julgamentos, sem máscaras... pelo simples fato de querer nos ter por perto.

 (Luara Batista)


Mas pensava consigo mesma. “Moço, meu prazer é vê-lo arfar com meu toque, e quando goza, contorcer-se de delírio. Mas devo admitir, eu não quero apenas isso, meu desejo é bem maior. Confesso, não sou meio intensa, eu diria que sou intensa e meia, pois não sei me entregar pouco, não sei querer pouco, não me contento com as metades, pedaços de você. 
Eu me transformei na pior versão de mim mesma: amarga, intolerante, cara amarrada. E não era esse meu objetivo. Fui a primeira a dizer: “não podemos nos apaixonar”, tropecei e agora me sinto assim, mas sei, vai passar. 
Queria que me quisesse de verdade, que pensasse em mim nas horas mais impróprias do seu dia, que ligasse pra falar qualquer bobagem, ou apenas dizer que ligou pra ouvir minha voz, queria surpresas diárias, almoços sem programações prévias, ou até um passeio no parque...”

(Luara Batista)

Você sempre foi...



“Você sempre foi o que eu tive de mais secreto em mim. Aquela lágrima de saudade que ninguém nunca descobriu, aquele impulso para ir em frente que ninguém nunca entendeu. E assim, mesmo de tão longe, você consegue estar tão aqui. Tão dentro de mim, tão nas entrelinhas do que eu vivo, tão nas noites que eu não durmo.
Eu te amo tanto, que eu mantenho a distância segura que nos separa e te dá paz.
O meu amor e tão teu que não se importa com a felicidade do seu sorriso longe, desde que ele se mantenha sorriso.
Meu amor me dá tanto medo, que eu te rebaixo. Não consigo dar nem um pouco dele a qualquer um, porque ele é só teu. Mas eu também não quero dar ele a você, porque nem você saberia o que fazer com tanto.
O meu amor é o que eu sinto de mais forte, é o que eu tenho de mais verdadeiro. Meu amor é aquele que eu escondo, que eu fujo, que eu desencontro. É aquele que me sufoca tanto que eu perco o medo, a vergonha, a compulsão. É aquele que me faz perder o rumo. É aquele que não deveria ter sido escrito nunca. Mas que não consegue calar.”

(Angel Sorath)

E nas tardes envolta a ares distantes, te encontrei... E fui. Entre olhares de tristeza. Eu só queria uma coisa: SENTIR QUE AINDA SOMOS NÓS.

(Luara Batista)