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quinta-feira, 8 de setembro de 2011

BAMBÚ AMADO





Num país bem distante, havia um maravilhoso jardim.
Seu dono, Davi, gostava de passear todas as tardes por entre as várias plantas e raras espécies de vegetais que cultivava.
Porém, havia uma, entre todas, para ele especial: era um importante bambú.
Este vegetal sabia do amor e do carinho que seu dono lhe dedicava. Horas, ele passava ali a apreciar-lhe as folhas e a beleza de seus movimentos. Um dia, Davi aproximou-se da planta querida e lhe falou: 


- Querido bambú, preciso de ti!
O jovem vegetal ficou feliz!
Finalmente chegara a hora em que poderia ser útil a este ser que tanto amava.
- Pois não, Senhor, aqui estou!
- Querido bambu, preciso de ti, mas para isso será necessário que eu te arranque. - Arrancar-me, Senhor? Mas como poderei viver? Tu sabes o quanto estou acostumado a este lugar... Com estas minhas plantas amigas...

Aquietou-se e, depois de pensar um pouco, respondeu:
- Está bem, Senhor, se é assim... Podes arrancar-me!
- Meu querido bambu, não basta que eu te arranque...
É preciso que eu te pode as folhas.
- Minhas folhas, Senhor?
Tu queres arrancar minhas folhas?
Mas sem elas eu não serei mais eu! São elas que me enfeitam, me embelezam...
Como ficarei?

O bambu ficou chateado e pensativo.
Depois de um instante de silêncio, assentiu:
- Se é assim que tu queres, está bem, Senhor. Corta-me as folhas.
Davi aproximou-se mais ainda do bambu e lhe disse:
- Querido e estimado bambu, arrancar-te as folhas não bastaria.
Terei ainda que dividir-te ao meio e tirar-te o coração!
Se não for assim, de nada me servirás...

Fez-se silêncio total. O mundo parecia desabar.
Ninguém se atrevia a mexer-se, no jardim. Todos percebiam a importância daquele momento. O bambu, mesmo com medo e sentindo tamanha dor, disse:
- Senhor, se tu não podes usar-me sem isso fazer, então toma-me, corta minhas folhas, parte-me ao meio e arranca-me o coração.

Davi, orgulhoso de sua planta, tomou seu amado bambu nas mãos e cortou-o. Depois podou-lhe as folhas, partiu-o ao meio, arrancou-lhe o coração e com as partes ligou uma ponta à frente de águas cristalinas; a outra a uma região árida. Quando a água passava pelo bambu, entoava uma bela canção, até cair na terra desértica.

Passaram-se meses, anos, e o bambu ali servindo de canal.
Daquele chão sem vida de outrora, começaram a brotar as sementes, cresceu a plantação e ela deu frutos. Foi grande a colheita. E muita gente se fartou.
Assim, aquele que era vida só para si, morrendo, tornou-se vida para muitos. 




Dido





quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Independência brasileira: ilusão ou realidade?





Comemorar a simbologia do Sete de Setembro é um gesto de cidadania, é um gesto de amor à nossa pátria Brasil; é um gesto de valorização pessoal e coletiva, aliado ao orgulho de ser brasileiro. E é, acima de tudo, a aceitação de que somos os protagonistas da história da independência iniciada há 185 anos e retratada nos dias atuais.

     Hoje, em pleno século 21, muitos domínios nos impedem de projetar uma vida melhor: a corrupção desenfreada, a fome que mata, a falta de moradia básica, o ativismo da vida diária, a mídia que impõe limites negativos, os membros das famílias que não dialogam entre si, o envolvimento com drogas, a falta de compromisso com as responsabilidades pessoais e sociais, o descaso das autoridades para com o povo, e tantos outros fatores destrutivos que percebemos e sentimos no viver histórico de nossas vidas.

     No entanto sabemos que a história é feita por pessoas e são as pessoas que podem modificar a realidade que hoje vivenciamos. Estas pessoas somos nós. Cada um de nós, no ser e no agir do dia-a-dia, tem grande importância para a modificação das relações com as pessoas e com a sociedade. São pequenos gestos que praticamos ou que precisamos aprender a praticar, dentro de um padrão de valores benéficos e úteis à vivência de uma respeitosa convivência social, que, somados um a um, poderão tornar a história brasileira uma história de real significado de independência.

     Para isto é preciso incorporar em cada um de nós a cultura da participação efetiva, da conservação precisa, do bem querer necessário, do respeito viável e da paz promovedora da justiça. Assim, poderemos nos orgulhar da nacionalidade à qual pertencemos e da história que estamos ajudando a reconstruir e construir, cotidianamente.

     Somos um país formado por pessoas talentosas, criativas, inteligentes, batalhadoras, fortes e hábeis, e precisamos unir nossas forças para vivermos melhor e sermos realmente felizes. É preciso acreditar, agir e participar da necessária transformação da história brasileira. Todos unidos num mesmo ideal, projetando e realizando ações para torná-lo realidade. O que hoje é independência ilusória, brevemente poderá ser uma realidade vivenciada.



Marlise de Fátima Moretti


terça-feira, 6 de setembro de 2011

ATIRE A PRIMEIRA FLOR



Quando tudo parecer caminhar errado, seja você a tentar o primeiro passo certo;
 Se tudo parecer escuro, se nada puder ser visto, acenda você a primeira luz,
traga para a treva, você primeiro, a pequena lâmpada;
Quando todos estiverem chorando,  tente você o primeiro sorriso;
talvez não na forma de lábios sorridentes, mas na de um coração que
compreenda, de braços que confortem;

Se a vida inteira for um imenso não, não pare você na busca do primeiro
sim, ao qual tudo de positivo deverá seguir-se;
Quando ninguém souber coisa alguma, e você  souber um pouquinho,
seja o primeiro a ensinar,  começando por aprender você mesmo,
corrigindo-se a si mesmo;
 Quando alguém estiver angustiado à procura, consulte  bem o que se passa,
talvez seja em busca de você mesmo que este seu irmão esteja;
Daí, portanto, o seu deve ser o primeiro  a aparecer,  o primeiro a mostrar-se,
primeiro que pode ser o único e,  mais sério ainda, talvez o último;
Quando a terra estiver seca,  que sua mão seja a primeira a regá-la;
quando a flor se sufocar na urze e no espinho,
que sua mão seja  a primeira a separar o joio, a arrancar a praga,
a afagar a pétala, a acariciar a flor;
Se a porta estiver fechada, de você venha a primeira chave;
Se o vento sopra frio, que o calor de sua lareira seja a  primeira proteção
e primeiro abrigo.
Se o pão for apenas massa e  não estiver cozido,
seja você o primeiro forno para transformá-lo em alimento.
Não atire a primeira pedra em quem erra.
De acusadores o mundo está cheio; nem, por outro lado, aplauda o erro;
dentro em pouco, a ovação será ensurdecedora;
 Ofereça sua mão primeiro para levantar quem caiu; 
sua atenção primeiro para  aquele que foi esquecido;
 Seja você o primeiro para aquele que não tem ninguém;
 Quando tudo for espinho, atire a primeira flor;
seja o primeiro a mostrar que há  caminho de volta,
 compreendendo que o perdão regenera,
que a  compreensão edifica,  que o auxílio possibilita,
 que o entendimento reconstrói.
 Atire você, quando tudo for pedra,
a primeira e decisiva flor.

Glácia Daibert

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

A PORTA AO LADO




Em entrevista dada pelo médico Drauzio Varella, disse ele que a  gente tem um nível de exigência absurdo em relação à vida, que queremos  que absolutamente tudo dê certo, e que, às vezes, por aborrecimentos  mínimos, somos capazes de passar um dia inteiro de cara amarrada.
  E aí ele deu um exemplo trivial, que acontece todo dia na vida  da gente...

  É quando um vizinho estaciona o carro muito encostado ao seu na garagem (ou pode ser na vaga do estacionamento do shopping). Em vez de
 simplesmente entrar pela outra porta, sair com o carro e tratar da sua vida, você bufa, pragueja, esperneia e estraga o que resta do seu dia.

         Eu acho que esta história de dois carros alinhados, impedindo a abertura da porta do motorista, é um bom exemplo do que torna a vida de algumas pessoas melhor, e de outras, pior.

         Tem gente que tem a vida muito parecida com a de seus amigos, mas não entende por que eles parecem ser tão mais felizes.

         Será que nada dá errado pra eles? Dá aos montes. Só que, para eles, entrar pela porta do lado, uma vez ou outra, não faz a menor
 diferença.

         O que não falta neste mundo é gente que se acha o último biscoito do pacote. Que "audácia" contrariá-los! São aqueles que nunca ouviram falar em saídas de emergência: fincam o pé, compram briga e não deixam barato.

         Alguém aí falou em complexo de perseguição? Justamente. O mundo versus eles.

         Eu entro muito pela outra porta, e às vezes saio por ela também. É incômodo, tem um freio de mão no meio do caminho, mas é um problema solúvel. E como esse, a maioria dos nossos problemões podem ser resolvidos assim, rapidinho. Basta um telefonema, um e-mail, um pedido  de desculpas, um deixar barato.

         Eu ando deixando de graça... Pra ser sincero, vinte e quatro horas têm sido pouco prá tudo o que eu tenho que fazer, então não vou perder ainda mais tempo ficando mal-humorado.

         Se eu procurar, vou encontrar dezenas de situações irritantes e gente idem; pilhas de pessoas que vão atrasar meu dia. Então eu uso a "porta do lado" e vou tratar do que é importante de fato.

         Eis a chave do mistério, a fórmula da felicidade, o elixir do bom humor, a razão por que parece que tão pouca coisa na vida dos outros  dá errado."

         Quando os desacertos da vida ameaçarem o seu bom humor, não estrague o seu dia... Use a porta do lado e mantenha a sua harmonia.
 Lembre-se, o humor é contagiante - para o bem e para o mal - portanto, sorria, e contagie todos ao seu redor com a sua alegria.
A "Porta do  lado" pode ser uma boa entrada ou uma boa saída... Experimente!

By Dráuzio Varella

domingo, 4 de setembro de 2011

AMA-ME POR AMOR SOMENTE











Ama-me por amor somente.
Não digas: "Amo-a pelo seu olhar,
o seu sorriso, o modo de falar
honesto e brando. Amo-a porque se sente
minha alma em comunhão constantemente
com a sua".

Porque pode mudar
isso tudo, em si mesmo, ao perpassar
do tempo, ou para ti unicamente.

Nem me ames pelo pranto que a bondade
de tuas mãos enxuga, pois se em mim
secar, por teu conforto, esta vontade
de chorar, teu amor pode ter fim!
Ama-me por amor do amor, e assim
me hás de querer por toda a eternidade.



Madre Teresa de Calcutá