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quarta-feira, 4 de novembro de 2015



Ele era a poesia dos meus dias,
O riso fácil a dançar em meus lábios,
A partida mais dolorosa,
A chegada mais desejada.
Ele foi o amor mais presente,
Daquele que não se mede,
Um querer estar perto,
E que sabíamos ser e erámos.
Conhecia cada pedaço do meu corpo,
Cada sentir que brotava de mim,
Mas pouco quis saber,
Da arte do querer ficar, de se demorar.
Foi superficial demais
Pro meu coração é intenso
Que quer ser mais que prazer.


(Luara Batista) 

terça-feira, 3 de novembro de 2015


"Eu o mato um pouco por dia e ele nem suspeita. Não entenderia. Não tem sido fácil. Incomoda. E machuca. Mas me parece mais sensato silenciar do que dispersar aos sete ventos as sensações que ele despertou. Eu o calo todos os dias. Não deixo que ocupe os meus pensamentos, despisto a vontade e sempre que posso ignoro a necessidade de ouvir a sua voz. Eu o adormeço dentro de mim para não lidar com a bagunça que ele causa. Pra não explicar o que por si só já é difícil de sentir. Meço forças todos os dias com a razão e com o coração. Não posso mais brincar. Não posso sequer alimentar qualquer vestígio de esperança que seja. Ou é tudo ou não é nada. Mas é sempre ele me perturbando o sono e me desconsertando entre um sorriso e outro. Eu o mato um pouco dia para não perder o controle e acabar esparramada em desejos que desobedecem as minhas direções".

Por Marcely Pieroni Gastaldi